
Teremos nós em Mente o que Fazemos?
Tens em mente se alguma vez te aconteceu do teu filho chegar a casa e te dizer que não é capaz, mesmo sendo (na maior parte das vezes), porque alguém lhe disse que não é capaz, ou que é mal educado, quando não é (na maior parte das vezes), ou que é aselha quando não o é (na maior parte das vezes), bebé (quando tem 5 anos), envergonhado…
Muitas vezes não ligamos muito, não é? Achamos que aquilo passa… e às vezes passa… ou parece passar…
Já te perguntaste por que é que isto acontece?
Também já deves ter ouvido dizer que não devemos etiquetar as crianças, não é? Mas, saberemos nós o porquê? É feio, não se diz, pode ferir a criança, nós é que somos os adultos e damos o exemplo…
Serão essas as (verdadeiras) razões?
Para mim talvez sejam, mas há algo mais profundo do que isso e é sobre esse tema que escreverei hoje e darei continuidade para a semana que vem.
Hoje irei escrever por que é que muitas vezes fazemos coisas mesmo contra a nossa “vontade”; como se divide a nossa mente, o que nos é consciente e o que à partida não nos é consciente e para a semana escreverei sobre como tudo isto se processa nas Crianças e qual o impacto que aquilo que dizemos e fazemos pode ter no seu crescimento e na sua vida.
Vamos lá, então!
Como se divide a nossa Mente?
A nossa mente está dividida em três partes, de acordo com * Gerald Kein: O Inconsciente, o Subconsciente e o Consciente e a cada uma delas estão atribuídas funções, vejamos:
Mente Inconsciente
Diz respeito ao Sistema Nervoso Central e ao Sistema Imunitário. Então, estes sistemas, independentemente dos nossos comandos – ou seja, mesmo enquanto dormimos permitem que continuemos a fazer a digestão, a mexer-nos durante a noite, a respirar e o nosso cabelo continua a crescer. Continuamos a fazer a nossa renovação celular e continuamos a ter processos biológicos que protegem o nosso organismo contra doenças.
Mente Consciente
No Consciente temos a Memória de Curto Prazo; o Raciocínio; a Lógica; e a Força de vontade.
- Memória de Curto Prazo: Trata-se da memória funcional, ou seja de tudo o que precisamos de saber para viver a nossa vida do quotidiano – os nomes das pessoas, o nosso NIF, os alimentos, as localizações, números de telefone, moradas, etc…
- Raciocínio: É uma função que nos ajuda a tomar decisões e a justificar as nossas escolhas, pois nós seres humanos precisamos de atribuir um porquê àquilo que fazemos.
- Lógica: Está diretamente ligada ao raciocínio, mesmo porque precisamos de atribuir um porquê ao que fazemos. Certo? Procuramos congruência.
- Força de vontade: É como se fosse um tanque de energia que nos dá a capacidade de nos esforçarmos para atingirmos um objetivo. É o que nos faz iniciar as dietas; e é o que nos faz marcar o ginásio. E esta força vai-se desgastando ao longo do dia. Por isso, estamos mais cansados ao final do dia e geralmente preferimos treinar de manhã.
Mente Subconsciente
Aqui temos a Memória de longo prazo; as Emoções; a Preservação da Vida Humana; o Hábito e a Preguiça.
- Memória de longo prazo: Há quem defenda que a memória de longo prazo armazena todas as experiências desde o nascimento até ao dia de hoje e há quem defenda que não regista todas as memórias, regista apenas algumas.
- Emoções: As emoções são sensações físicas e emocionais que provocadas por algum estímulo, que pode ser um sentimento ou um acontecimento, têm uma relevância superior à razão. Razão pela qual, muitas vezes, sabemos que não deveríamos agir de determinada forma, mas ao mesmo tempo continuamos a agir dessa mesma forma.
- Preservação da vida humana: São estratégias que foram criadas por nós e que nos preservaram de situações que nos colocaram em perigo. Esta função leva-nos por isso, a continuar a usá-las.
- Hábito: Estratégias que funcionaram uma vez e como resultaram são repetidas e tornaram-se um hábito.
- Preguiça: É uma falta de colaboração da mente subconsciente para a mudança: “Estou tão bem assim, para quê mudar isso?”
Como é que estas Funções influenciam a nossa Vida?
De acordo com a BBC que questionou sete dos maiores experts do mundo pertencentes a quatro grandes universidades (Oxford, Montreal, Columbia e Londres) em matéria de cérebro e âmbito cognitivo, a consciência ocupa no máximo 5% do cérebro. Todo o resto – 95%, – pertence ao inconsciente (neste caso, inconsciente e subconsciente). Estes dados corroboram com o modelo de Gerald Kein que refere que o o subconsciente influencia 95% das nossas ações.
Então já sabemos por que é que muitas vezes gritamos – primeiro o hábito grita connosco e depois nós gritamos com os nossos filhos. Percebemos agora melhor por que é que um hábito demora até se instalar na nossa vida e ainda por que é que muitas vezes cedemos a velhos hábitos (instalados)…
Considerando um exército de 100 soldados, 5 estão no nosso consciente e 95 estão no nosso inconsciente… Será uma luta (des)leal? Conseguiremos nós gerir esta situação?
Como fazer então? Qual é o impacto disto nas Crianças?
Voltamos a encontra-nos aqui para a semana que vem, onde darei continuidade a este tema escrevendo sobre e como este modelo se processa nas crianças e qual o impacto que os nossos comportamentos podem ter no seu subconsciente (com os seus 95%), porque esta é uma realidade para elas também, mas de uma forma, diria, menos equilibrada ou “leal” que nos adultos.
Darei ainda pistas de como podemos agir para mudarmos ou moldarmos o nosso comportamento.
Vai ser uma verdadeira prenda de Natal!
Até para a semana! 😉
Encontra mais vezes a felicidade em ti e na tua família! ♥
#beyounique