Paula Pinto Almeida / Amor  / Ser Mãe: Será que o que eu faço está bem?
mae-e-ser

Ser Mãe: Será que o que eu faço está bem?

Escrevo este artigo a SER Mãe ♥

Frequentemente os pais me perguntam se o que fazem está bem feito… e pouco tempo depois ficam evidentes tensões internas que os assolam e que se confrontam com aquilo que “eu faço e aquilo que eu deveria fazer”, ou era suposto eu fazer.

Ser Criança é sentir-se o Centro do Mundo

É suposto as crianças sentirem-se o centro do mundo e acima de tudo, é também suposto que à medida que vão crescendo dissipem essa sensação. Muitas pessoas, filhas de pais autoritários crescem com medo e ansiedade. A necessidade de não magoar os pais compromete a sua expressão de autonomia diretamente relacionada com a necessidade de experimentar e de cometer os próprios erros. Crescem assim porque foi assim que aprenderam a sobreviver, e lentamente vão incorporando esta forma de viver e adotando crenças, valores e por fim comportamentos que são fieis às experiências vividas na origem.

Criatividade Vs Inflexibilidade

Acontece que dentro dessas pessoas, como de resto de todas as pessoas, existe um lado criativo que gosta de experimentar coisas novas, que gosta de arriscar, que quer inovar, que valoriza a individualidade… Este facto, entra em colisão com aquele modo de viver mais inflexível. Esta extremidade oposta que vive mais na incerteza, que goza e disfruta com isso não convive bem, com um pai autoritário. Este reprime e causa mal estar… E muitos crescem nesta dualidade inconsciente e quando se trata de educar filhos vem ao de cima tudo aquilo que eu não me permiti (e não me permito) fazer. Eles tentam fazer o que eu não pude e ainda hoje não “posso”. Isso “afronta-me” e faço o que fizeram comigo. E depois de refletir um pouco até chego à conclusão que não é o que eu quero fazer… Mas, não foi isso que me trouxe até aqui?

Quando não tenho ajuda muitas vezes vivo com todas estas questões latentes. Com reações com os meus filhos que (quase) nada têm a ver com eles, ou com o que eles fizeram, porque estão ancoradas a situações, sentimentos e vivências do passado. De um passado que pensávamos que estava muito longe, e que fácil e rapidamente se apresenta no presente por meio de uma experiência com os nossos filhos. Eles conseguem fazer-nos reviver o que pensávamos não estar mais presente e reagimos como se estivéssemos lá.

“Quem é que tu achas que és para fazeres isso que eu tanto lutei e me esforcei por não fazer?”

Ser Mãe é não estar “nessa” Criança

Já não estamos lá. Fez sentido quando estávamos lá, já não faz. Agora somos adultos e podemos escolher como queremos agir. Podemos escolher como fazer as coisas. E sim, às vezes (na grande maioria dos casos) precisamos de ajuda, faz parte… Aqui entra outra tensão interna relacionada com a dualidade entre a vulnerabilidade que muitas vezes é vista como fraqueza, e a força. Pedir ajuda é muitas vezes vista como fraqueza. A verdade é que quem pede ajuda em princípio melhora o que precisa, quem não pede, fica muitas vezes onde está, ou seja, não evolui. Quem se mostrou ser mais forte?

Podemos escolher se queremos continuar a ser adultos com constantes dúvidas do que fazemos – e se o fizemos bem, com dificuldades em confiar nas nossas decisões e sentimentos, ou definir como queremos agir e aprender a fazê-lo.

Ser Mãe é fazer Escolhas

E… até agora, no plano adulto, referi-me a escolhas. Agora, de facto, podemos fazê-las, a nossa vida depende de nós e das NOSSAS escolhas. A questão é que muitos de nós acreditam (de forma inconsciente ou consciente) que terão mais ganhos se se mantiverem onde estão do que partindo para a mudança que raramente experimentaram.

Em todos nós vive a vontade de experimentar o novo e o diferente e que quer aprender. Do mesmo modo, a aprendizagem permite-nos estabelecer um fluxo entre o que já sabemos e o novo. É como se a aprendizagem fosse o corrimão ao qual nos agarramos para subir uma escada um pouco incerta e a qual nos atrevemos a subir, pegando no nosso medo e na nossa coragem e simplesmente começando a subir.

E “a descer todos os Santos ajudam!” No dia em que quisermos descer podemos descer e se não, esta subida (= aprendizagem) pode muito bem – como se repete muito por estes tempos -passar a ser o nosso “novo normal”. O desenvolvimento pessoal está lá para isso! 😉 <3

 

Encontra mais vezes a felicidade em ti e na tua família! ♥

#beyounique

Sem comentários

Deixa o teu comentário e /ou ideias para o próximo artigo