Paula Pinto Almeida / Bem-estar  / Necessidades de Pais e Filhos – com Empatia
As nossas necessidades

Necessidades de Pais e Filhos – com Empatia

As necessidades de Pais e Filhos “sentem-se” ao virar de cada esquina, e agora?

Dezenas de pessoas sentadas à espera do início da festa de natal dos filhos. Eu, sentada no chão com os dois manos em cima de mim, agarrados ao meu pescoço e a escalarem rumo à minha cabeça, a chorar e com a mais velha de 8 anos sentada ao meu lado… e meia sala a olhar para nós.

Por que não os entreguei às auxiliares, mesmo aos gritos…? Para que fiz questão de ficar ali sentada ao pé deles até se acalmarem? Estávamos dentro da nossa “bolha”. E para nós (para mim e para eles) não fazia sentido que fosse de outra forma… ficou-me gravado esse dia. O dia em que me “borrifei” totalmente para o que os outros pensavam quer de mim, quer deles, quer de nós.

O que os Nossos Filhos Pensam é Importante, SIM!

Imagina que estás “passado”, “nervoso”, “inquieto”… ou com medo, raiva, ou muito ansioso com os teus filhos aos gritos à tua volta, ou para entrar no dentista, ou para ir receber um exame, ou um teste da faculdade. E nesse estado te dizem:

– Entra já!

ou

– Faz já isso!

Mas… Pois, mas tu precisas do teu tempo para respirar fundo, ganhar fôlego e agir. E se mesmo assim te forçassem e te obrigassem a entrar, o que sentirias?

Agora supõe que estás na mesma situação (nervoso, medroso, ou ansioso), e te dizem:

– Eu compreendo… Nós aguardamos, entre quando estiver preparado.

Conforme visto, nesta última situação, dão-te tempo para respirar fundo, ganhar fôlego e entrar. Analogamente, compreendem-te, escutam-te e vêem-te, dão-te o tempo de que precisas e depois entras pelo teu pé. O que sentirias? O que seria diferente?

Consegues sentir a diferença?

Aconteceu-me quando depois de 9 horas em trabalho de parto da minha filha, a médica me disse que tinha que seguir para cesariana… depois do primeiro segundo de “choque”, comecei a chorar e a médica perguntou-me se eu estava bem, pois sempre lhe pareci estar muito bem durante todo o processo… nesse instante pedi-lhe 5 minutos, ela deu-me os 5 minutos sozinha e tudo correu bem. Eu precisava daqueles 5 minutos. Eu, adulta, crescida, a saber que aquilo poderia acontecer… (ainda por cima com pai obstetra).

Afinal, o que acontece a uma criança, que é pequena e não sabe gerir as suas emoções? Ou por outra, o que acontece a uma criança que vive um turbilhão de emoções e que muitas vezes não as sabe identificar, quanto mais geri-las?…

Sentimentos do filhos

Eles Também têm Sentimentos e Necessidades

Eles também sentem… e quando se sentem vistos e ouvidos – REALMENTE se sentem vistos, ouvidos e reconhecidos como pessoas nos seus problemas, a probabilidade de que fiquem bem, ou muito melhor cresce enormemente. Falo-te como mãe de 3 crianças que têm necessidades – muitas das vezes, em simultâneo. Temos (enquanto casal) que tratar dos 3 e nenhum pode ficar em stand by. E acredita que eu não sou diferente de ninguém. E, tu também não.

Perante uma situação porque não experimentar olhar para eles e para as suas necessidades, olhar para as tuas necessidades. Olhar para as necessidades deles separadamente das tuas. Nem que seja por uma vez. Tentar ter um olhar neutro, um olhar de quem (naquele momento) não é pai ou mãe – é observador. Porque é que faz sentido que ele ou ela esteja a ter aquela reação? Seja ela qual for. Se eu me puser no seu lugar, o que é que vejo? O que é que eu sinto? Qual será a sua verdadeira intenção?…

Verás que a tua reação será diferente…

Eles Precisam (SEMPRE) de Nós

Naquele dia – o da festa de natal – eu senti que eles precisavam de estar ali comigo. Precisavam de se acalmar no meu colo porque estavam a sentir medo. Possivelmente porque as pessoas lhes pareciam diferentes (estavam disfarçadas), porque estava muita gente junta, estava barulho, estávamos a chegar um pouco em cima da hora e eles possivelmente estariam a sentir (o atraso) na minha atitude… Eles queriam acalmar-se e sentir-se seguros comigo. E era normal, no seu lugar possivelmente seria isso que eu sentiria e veria, e a minha intenção seria, sem dúvida, positiva.

Desde que consegui incorporar minimamente este raciocínio e este sentir – a EMPATIA – ajudei a resolver pequenas “tricas” que facilmente se transformavam em grandes birras. E acredita que não eram poucas (e note-se, ainda existem)…

Ainda hoje veio um dos pequenos para a cozinha com um robô de legos a “fugir” do meu marido porque não queria ir com ele trocar de roupa… perguntei-lhe o que se passava e disse-me que não queria ir…

– Então porquê? De que precisas filho?

-“Peciso” do robô.

– Ah…! Ok. E o que precisa o robô?

– Está “estagado”…

– E de que precisas?

– De o arranjar, mas “num cunxigo”…

– Queres que te ajude?

– Sim.

– Depois de te ajudar já podes ir com o pai?

– Sim.

Ajudei-o e foi com o pai. E estou-me a lembrar, neste momento, de mais uns 5 episódios recentes deste tipo…

OS filhos precisam dos pais sempre

Eles são pequenos, têm 3 anos… Mas a minha filha, com 8 anos tem necessidades idênticas… num estádio de maturidade diferente, contudo, as necessidades são idênticas. Eu diria que todos nós, mesmo adultos também as temos, só que somos maduros e dispomos dos recursos suficientes para as resolvermos por nós (ou devíamos ter). Eles também têm muitos recursos, mas precisam de nós para os ajudar nisso (como em tudo o resto).

Encontra mais vezes a felicidade em ti e na tua família! ♥

#beyounique

-♥-

Descarrega aqui os materiais que preparei para trabalhares em ti e com os teus pequenos:

 

 

Sem comentários

Deixa o teu comentário e /ou ideias para o próximo artigo