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O que fazer quando nada* sai como eu QUERO?

Às vezes as coisas não saem como nós queremos. Às vezes fizemos “TUDO” o que achávamos que devíamos e podíamos e mesmo assim ficamos com a sensação de que nada* sai como eu quero… E é nessa altura que surgem emoções menos agradáveis, como a frustração, a raiva e mesmo o ressentimento.

A Raiva é uma emoção que surge quando sentimos que houve uma transgressão. Geralmente colocamos no outro a culpa do desconforto sentido, de tal modo, que o queremos impactar.

A Frustração é a emoção que tendo a sua raíz na raiva  surge quando eu crio uma expectativa do que quero alcançar e não consigo, ou seja, aparece quando eu não consigo atingir o êxito.

O Ressentimento é uma emoção que tem a sua raíz na raiva e no passado. Surge porque nos apegamos a alguma situação ocorrida que nos gerou dor, por sentirmos que houve uma transgressão.

 

Não exijas aos outros, aquilo que não exiges a ti…

  • Os teus filhos não te obedecem, ou ainda não és a/o líder que gostarias de ser dentro da tua família?
  • Não consegues chegar ao trabalho a horas porque os miúdos exigem a tua atenção de manhã, ou será que te poderias levantar mais cedo?
  • Os miúdos é que não comem às refeições, ou és tu que lhes dás comida (muitas vezes, pouco nutritiva) “fora de horas” quando te dizem que têm “fome” e tu cedes?
  • São os miúdos que dizem que não gostam da comida e se recusam a comê-la, ou quando não comeram – por uma vez  que fosse – lhes perguntaste se não gostavam da comida? (e colocas palavras e ideias “desnecessárias” na sua cabeça…)

E poderia continuar e continuar…

São os outros, ou somos nós? São os outros que me colocam insafisfeita/o, ou sou eu que estou insatisfeita/o com o meu resultado? É o outro que tem que mudar quando nada sai como eu quero, ou eu é que preciso de mudar, para que tudo o resto mude?

 

Qual é a TUA responsabilidade?

Definir o que queremos é fundamental. Qual é o meu objetivo afinal? Como posso pô-lo em prática? O que posso fazer já hoje para atingir esse objetivo? Sei já o que depende de mim? O que posso fazer com o que não depende de mim? São algumas questões que ao longo de anos me coloquei profissionalmente e me habituei a trabalhar com empresas, projetos, marcas, produtos, equipas e que fazem, a meu ver, muito sentido quando são aplicadas a pessoas. E se sempre nos ensinaram a olhar para fora, raras são as pessoas que foram habituadas desde pequenas a olhar para dentro. A aprender a ser conscientes das suas forças, dos aspetos a melhorar, das ameaças que não dependem diretamente de si e das oportunidades, que também não dependem diretamente de si. Mais uma vez, não são os eventos em si, mas o que fazemos com eles.

 

O que fazer quando nada sai como eu quero?

Começar por ser conscientes e saber onde estamos, para poderemos definir para onde queremos ir. Como?

  1. Aumentando o nosso nível de consciência, observando as nossas ações e observando-nos interiormente – o que é isto que sinto?; o que é que eu quero?; o que posso fazer?;
  2. Percebendo qual o nível de responsabilidade na situação em si, evitando vitimizar-me.
  3. Procurando adquirir competências e habilidades que me permitam atingir os meus objetivos, a partir de uma postura de empoderamento de mim própria/a.
  4. Trabalhando a minha Inteligência Emocional, aumentando a capacidade de escolher o estado emocional em que pretendo estar e diminuindo por um lado, o número de vezes e por outro lado, a intensidade das minhas reações indesejadas.

 

Esta reflexão permite-nos voltar ao início, estávamos a referir-nos àquilo que queremos, certo? Aos nossos objetivos. E então, o que é que queremos? Se os eventos externos não dependem de mim, o que vou fazer com o seu impacto na minha vida? Isso sim depende de mim.

E termino com uma frase de André Leonardo, uma referência no empreendedorismo jovem português e mundial:

Encontra mais vezes a felicidade na tua família! ♥

#beyounique

 

* Nada: É uma generalização, onde um evento passa a representar a categoria da qual a experiência tida é apenas um exemplo. Pensa se não haverá (muitos) aspetos da tua vida que (ainda assim) resultam como tu previste 😉

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