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Quando Fracasso e Autonomia dão as Mãos

Fracasso e autonomia de mãos dadas, como assim?

A autonomia é algo que os pais querem para os filhos e o fracasso é algo que muitos pais afastam dos filhos, à viva força, evitando que lidem essencialmente com a frustração e o medo. Então, nesses casos, onde fica o desenvolvimento da coragem, da perseverança e da confiança?

Para se prepararem para a vida – fora da redoma dos pais – as crianças necessitam, desde logo, de passar, acompanhadas, e em doses razoáveis, por todas estas emoções, pois só passando por elas criam músculo para as ultrapassarem.

O Erro é um Resultado

É com o fracasso que nos damos conta quer dos nossos erros, quer das falhas, quer dos desvios às nossas decisões. Com o RESULTADO dos nossos comportamentos apercebemo-nos não só do que verdadeiramente queremos, como também do que não correu como queríamos. Assumamos a nossa responsabilidade no processo: o que é que está ao meu alcance fazer para atingir os resultados que eu quero? E também por isso fracasso e autonomia estejam tão relacionados.

Como resultado disso as crianças passam a ter experiências com estas emoções, o que lhes permitirá desenvolver a EMPATIA. A Empatia é de facto, muito necessária ao seu desenvolvimento enquanto crianças, prepara-os para a sua vida adulta. Empatia para consigo e também para com os outros.

A empatia é fundamental para uma vida saudável, quer de crianças, quer de adultos e é tão escasso quanto urgente o ensino desta matéria aos nossos filhos…

No geral todos os pais amam os filhos, querem o melhor para eles, desejam que prosperem, que vençam na vida. Os pais desejam, sem dúvida, que os filhos tenham muitos momentos de felicidade, que sejam tão seguros, quanto educados e que contactem com a alegria “em tudo” o que fazem.

As crianças que são ensinadas a serem empáticas desenvolvem uma série de capacidades e competências importantes para o seu futuro, entre as quais se destaca: serem gentis, pensarem no grupo (e não só individualmente), aumentarem a probabilidade de se tornarem agentes de mudança no futuro, desenvolverem a sua identidade moral e melhorarem a sua saúde (Borba, 2016) *

Entre Fracasso e Autonomia

Interessa-nos, enquanto pais que as crianças reflitam como as suas ações impactam em si e nos outros. Estas reflexões permitirão que os miúdos se tornem mais empáticos e mais compreensivos com os outros e com eles. Eles, irão perceber que o erro é um RESULTADO e que como resultado que é, não diz sobre si diretamente, diz daquilo que fez ou não fez. Só isto já é muito libertador e dá ainda mais vontade de voltar a fazer (o que tiver que ser feito) até atingir o resultado pretendido. Mantém por um lado, os níveis de entusiasmo, por outro, os níveis de resiliência, e ainda permite aguçar e treinar a persistência, a coragem, a perseverança e a confiança.

Pensando assim não há necessidade de, ao longo do processo de aprendizagem dos nossos filhos (ou da nossa), sermos agressivos perante o erro. É ir mostrando como se colocar no lugar do outro no dia a dia. Podemos, nas situações do quotidiano, estimular os nossos filhos a experimentar agir com eles próprios como se fossem o seu melhor amigo. Desta forma, estaremos a estimular a que olhem para o erro com mais compaixão – como um resultado.

Quando os pais aprendem a fazer isto consigo próprios, não apenas ganharão competências para o ensinarem aos filhos, como também tornarão o mundo num lugar melhor!

 

Encontra mais vezes a felicidade em ti e na tua família! ♥

#beyounique

-♥-

* Borba, M. (2016). UnSelfie: Why empathetic kids succeed in our all-about-me world. Simon and Schuster.

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