Como Educar um Filho?
Como Educar? Esta é uma pergunta que, às vezes, nos assola, verdade?
Será que estou a fazer bem? Será que não? Dei-lhe demasiado espaço, ou devo deixar que se exprima?
Pois é, os miúdos não trazem livro de instruções e na altura do “aperto” recorremos ao que aprendemos nos modelos vividos lá atrás, naquilo que lemos, ou ainda na nossa intuição.
É, de resto, frequente ouvir-se coisas do género: -“Eu também apanhei e estou aqui”; -“Se não apanhar não obedece”; -“Umas boas palmadas nunca fizeram mal a ninguém”; -“São demasiados mimis e depois ficam mal habituados”; “Com tantos mimos depois é a lei do “eu quero, eu posso, eu mando…” e podia continuar…
De facto, as afirmações anteriores são CRENÇAS herdadas que se dividem entre “Apanhar e Sobreviver” e “Mimo e Educação”. Inegavelmente, as crenças atuam ao nível do SABER, daquilo que sabemos e aprendemos ao longo da vida e condicionam aquilo que fazemos. Funcionam inegavelmente como aspetos “inquestionáveis” das nossas vidas e que condicionam o nosso comportamento.
E se fosse possível fazer DIFERENTE?
Nós, pais, somos os adultos da relação, nós precisamos de saber lidar com as consequências do que fazemos. De facto, somos nós que temos a maturidade e as ferramentas para fazer diferente, eles não, eles precisam que os orientemos, que os ensinemos, que lhes demos o exemplo.
Projeta o seguinte:
- O teu filho não se vai amar incondicionalmente se não se sentir amado, por ti, de forma incondicional primeiro;
- O teu filho não vai parar de gritar enquanto não parares de gritar primeiro;
- O teu filho não vai ser independente se continuares a fazer o que ele já consegue fazer sozinho;
- O teu filho não vai confiar nele se não sentir que confias nele primeiro;
- O teu filho não vai ter paciência para te escutar, se tu não tiveres paciência para o escutar primeiro.
Se estas afirmações fossem reais precisaríamos de ter a humildade de reconhecer que nós nos precisamos de modificar primeiro, porque somos o exemplo deles.
Educar a Apanhar vs Sobreviver
A normalização da violência contra as crianças no seio familiar é eventualmente estranha… (estranha foi a palavra que encontrei que expressa tudo e não expressa nada…). Estranha sobretudo, porque se pararmos para pensar: o que é bater – mesmo que seja uma palmada? (Há palmadas e palmadas, certo? Mas, todas são palmadas.) Para quê bater?
- É um aviso?
- É uma ameaça (de algo pior)?
- É uma imposição?
- É uma punição?
- É uma agressão?
Desse modo, o que sentirão eles? Ou por outra, o que sentirias se levasses agora uma palmada?
- Medo?
- Revolta?
- Frustração?
- Surpresa?
- Tristeza?
- Indignação?
O que te faz pensar que a criança vá sentir algo diferente?
Educar com Mimo vs Educação
Em primeiro lugar, os seres humanos aprendem melhor no AMOR do que na DOR. Em segundo, cabe-nos a nós escolher onde queremos estar (mais tempo) para educar os nossos filhos.
Para ser possível educar no AMOR é necessário, a saber, compreender mais sobre o comportamento infantojuvenil, o que ultrapassa em muito o “eu mando e tu obedeces”. Esta última arruma o assunto “eu mando” está feito o meu papel; “tu obedeces” está feito o teu. (- Mas, sabes filho? Eu respeito-te.) Não achas que pode soar “um pouco” confuso?
É ademais necessário abrir os olhos e entender que é fundamental avaliar o nosso papel na vida deles. Eles que dependem dos pais. Educar no AMOR dá mais trabalho, implica aprendizagem, exige aplicação prática dos conhecimentos e não ter o foco nos resultados (rápidos), recorrendo à resiliência. São vários anos a agir e a pensar de outra forma. É necessário por isso, ter foco e persistir na mãe/pai que queres e ESCOLHES ser.
Inegavelmente, acho importante, para quem está a começar nesta reflexão atender ao seguinte: As crianças têm reações (que sentimos como desconfortáveis e exigentes para nós) que são NORMAIS, tais como birras, choros, irritações, frustrações… e existe uma inclinação para a intolerância a essas reações por parte dos pais e educadores. O que mudaria se soubesses que são NORMAIS, que fazem parte do seu crescimento? O que mudaria se soubesses que não o fazem para te afrontar, mas que o fazem porque estão a aprender e que essa aprendizagem surge na sequência das reações que tu tens perante elas?
Os nossos filhos precisam de ser ensinados a canalizar as suas emoções, o que é bem diferente de as reprimir (“não chores”), ou de as corrigir (“não precisas de te sentir assim”). E, é frequente perceber, durante sessões de coaching, que os pais querem que os filhos se comportem “melhor” do que eles próprios. Rápido, muito rápido e sem “sujar” muito…
Por fim, quando apontas um dedo na direção do outro, tens três dedos na tua direção.
Encontra mais vezes a felicidade na tua família! ♥
#beyounique