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Crenças (que) são Experiências

Crenças são experiências… São “experiências tão bem experimentadas” que acreditas nelas.

Vou-te dar um exemplo muito recente. Passou-se há dias…

A miúda fazia anos e tomada a decisão de que não haveria festa de anos este ano (nem com os amigos, nem com os familiares, nem na escola – esta última imposta) decidimos ir passar o fim de semana fora num hotel com buffet de pequeno almoço – claro! 😀

A miúda a testar a sua capacidade de decisão, de autonomia, e de segurança, entre outras, pediu para ir com o tabuleiro escolher o seu pequeno almoço. Chegada a certo momento precisou que a empregada a ajudasse porque já não lhe cabia mais nada no tabuleiro (verdade seja dita, era mais pequeno do que os outros). Quando a senhora lhe pergunta em que mesa deveria pousar o copo de sumo e o leite a pequena indica-lhe a mesa do senhor de camisola verde acompanhado dos dois meninos gémeos. A senhora responde que não consegue encontrar essa mesa… pouco depois diz-lhe que o que vê é um senhor de camisa verde e duas meninas. A minha filha diz-lhe que não se trata de meninas, mas sim de meninos. Mas, a senhora “não aceita” até que vem a superior e resolve a questão transportando as coisas para a mesa previamente indicada.

Conclusão

Cabelo comprido + puxo = menina (porque “o cabelo comprido é coisa de meninas”). E nem perante a afirmação feita pela irmã do contrário a senhora se convenceu.

Tratava-se possivelmente de uma crença que a senhora tinha, ou seja, uma pressuposição acerca de como o mundo é, um estado mental criado para reduzir a sua incerteza, dando-lhe uma sensação de certeza sobre aquilo. Era uma verdade absoluta que ela criou e que assentou essencialmente numa generalização, mas também numa distorção da realidade. Cruzámo-nos já com dezenas de pessoas com esta crença.

Será que Estamos Formatados?

Este exemplo fez-me reflectir sobre o quão nos formatamos (até em coisas tão “pequenas”)… e o quanto isso nos pode limitar. Repara que não te falo deles (dos nossos filhos), mas de nós adultos e pais (que depois os educamos).

Vejamos, esta crença da senhora possivelmente não será tão limitadora quanto outras. Haverá outras, que poderão limitar mais e todas elas são construídas com base no que expliquei anteriormente, recorrem ao “mesmo” mecanismo. Estas crenças provêem da nossa herança cultural, da educação dos nossos pais, educadores e pessoas relevantes na nossa vida. Desta forma, as convicções assumem um papel determinante no comportamento e na conduta de cada indivíduo. Essa conduta tem resultados e consequências que podem limitar-nos, ou potenciar-nos.

Por exemplo, a crença de que não sou suficientemente boa mãe/pai, que impacto poderá ter? Já pensaste nisto? Podemos contar-nos isto: “Ora, se não sou boa mãe, o meu filho não me vai amar… e se não me vai amar, não vai querer estar comigo no futuro… etc” e uma crença  alimenta a outra e pode conduzir a outra.

Então, vamos lá: Que crenças tens tu enquanto mãe ou pai que te possam estar a limitar de ser a mãe, ou o pai que gostarias de ser? O que estás a ganhar com essa crença? E o que estás a perder? Que crenças tu tens atualmente que poderão estar relacionadas com essas experiências do passado?

Quando tiveres as respostas a estas questões poderás pensar que sentido faz para ti continuares com elas. E se achares que não faz sentido acreditares nisso, o que podes tu fazer agora para inverter essa crença? Que passos podes tu dar agora para alterar essa crença.

Crenças Limitadoras?

Lembro-me de uma crença que tinha: “Se a criança responde “torto” é porque não me respeita.” Ora, a criança pode estar somente zangada, irritada, frustrada e responder de forma mais “azeda”. Quem nunca?

Isso significa que não me tenha respeito? O seu comportamento fala dela, do seu estado de espírito, não fala especificamente de mim, nem do que sente em relação a mim e muito menos do respeito que me possa ter.

Mas, há outras. Como uma que ouvi recentemente relativa a um jovem adulto: “Porquê é que sendo um jovem adulto ainda anda de skate? O skate é coisa de crianças…” E. eu pergunto: “E porque não?” Já pararam para pesquisar na internet a quantidade de adultos que anda, pratica, e compete com o skate? É um desporto. Ele gosta. Por que não poderá estar tudo certo? Curiosamente passeando na marginal esta semana vi um senhor de cabelo branco a andar de skate, aparentemente feliz.

Poderemos entrar depois nos “clichés”, tais como, os meninos não poderem praticar ballet, não poderem brincar com bonecas, não poderem gostar de ter coisas rosa ou roxas porque são “coisas de meninas”. E o inverso também é válido. As meninas não poderem brincar com carrinhos, não poderem brincar aos piratas, não poderem jogar futebol porque são “coisas de rapazes”… Quem disse? Onde estão escritas estas verdades absolutas? Há verdades absolutas? Em que medida isto pode limitar-nos e limitá-los? Será que potencia alguma coisa?

Como diria alguém: “Faz sentido pensar nisto…” 😉

 

Encontra mais vezes a felicidade na tua família! ♥

#beyounique

 

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