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Castigo ou Consequência?

Aquilo que transmitimos às nossas crianças com a nossa linguagem verbal e não verbal, será o que eles transmitirão a si mesmos no futuro: É castigo ou consequência?

A História do José

Imagina o José, um menino muito amado, feliz e cheio de energia. Aquele menino que se voluntaria, que é sempre o primeiro a levantar o braço quando o assunto é ajudar a fazer coisas: limpar, cozinhar, ou construir. Na escola ou em casa o José quer criar, brincar, correr e estar ativo.

O José levanta-se muitas vezes de manhã e faz o pequeno-almoço para ele e para o irmão e gosta de ser o primeiro a chegar ao carro da mamã. Por isso, às vezes ele e o irmão discutem.

Um dia o José, na escola, juntamente com alguns colegas decidiu ver o que havia na mochila de outros meninos. Era algo que sabia que não devia fazer, mas a curiosidade dele foi maior. Encontraram uns cromos que gostaram muito e um dos do grupo sugeriu ficarem com eles. O José sabia que não devia fazê-lo, mas a sua vontade de ter aqueles cromos foi maior.

No dia seguinte o seu melhor amigo disse à professora que ele tinha os cromos, ele negou, teve medo, e como seria de esperar foi descoberto.

Castigo ou Consequência?

Em primeiro lugar, a professora falou com o José à frente de todos os outros meninos. O José negou ter sido ele.

Em seguida, a professora chamou o dono das cartas e obrigou o José a pedir desculpa ao menino, a si mesma e à turma por mentir.

Depois, os colegas chamaram-no de palerma.

Por último, a professora ligou à sua mãe à sua frente e contou-lhe a (sua) história

O José chorou.

Ao Chegar a Casa

Quando chegou a casa, a mãe quis falar com o José. Quis ouvir o que ele tinha para dizer. O José resistiu, não queria falar. Estava a ter um comportamento de revolta, atirava com coisas, e chegou a sujar a porta do guarda-fatos com creme do corpo…

A mãe numa altura mais “calma” e ainda durante a sua revolta disse-lhe:

– Sabes filho, tu sujaste a porta do guarda fatos e por isso vais limpar. Tu estragaste creme e por isso vamos usar parte do teu dinheiro para comprarmos um creme novo. Mas, eu quero que saibas uma coisa: Independentemente do que possas fazer eu amo-te. E vou-te amar sempre. Posso não perceber ou gostar do que fizeste, mas o que eu sinto por ti não vai mudar.

– Tu não és o que fazes, tu és o José, o meu filho.

(houve um compasso de espera)

E foi então, que o José perguntou:

– Mamã, dás-me um beijinho?

– Sim, claro filho. Respondeu a mãe.

– Posso-te contar o que aconteceu? Perguntou o José, ao mesmo tempo que caminhava na sua direção.

– Claro, filho. Respondeu a mãe.

E o diálogo entre os dois começou; sem humilhações, ameaças, medos, julgamentos, ou acusações. Começou da base – do amor.

É muito mais poderoso e firme reconhecer o erro e seguir em frente consciente; do que cair no que os castigos nos fazem sentir.

Por certo, aquilo que transmitimos às nossas crianças com a nossa linguagem verbal e não verbal, será o que eles transmitirão a si mesmos no futuro.

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