Paula Pinto Almeida / Adolescência  / Quando são Capazes Sozinhos
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Quando são Capazes Sozinhos

Muitas vezes achamos que os nossos filhos não são capazes sozinhos. Quer seja para comer, vestir, lidar com os colegas, gerirem as tricas de irmãos, conviverem com situações do dia-a-dia, etc. Depende das idades, mas quando fazemos por eles o que já podem, ou conseguem fazer por si, limitamo-los, condicionamos o seu desenvolvimento e crescimento.

Acompanhar

Em contraponto, podemos acompanhá-los…

Acompanhar é simplesmente ESTAR. Estar presente. E é fundamental e acredito ser até o mais importante de tudo, eles sentirem que estamos presentes e que podem recorrer a nós sempre que sintam necessidade.

Podemos e devemos ter os olhos bem abertos, não como donos, chefes, ou capatazes, mas como guias que antes de agirem observam e guiam quando “tem” de ser. Eles são da VIDA, são da natureza e nós estamos aqui para os ajudar, não para os moldar à nossa semelhança.

Capazes Sozinhos

Há duas semanas foi tempo de provas de avaliação para a minha filha. A norma era ela sair de casa a “queimar” o tempo. Demorava a levantar-se, a vestir-se (aqui eleva o tempo x 3), e depois a descer para ir para a cozinha tomar o pequeno almoço e por fim a calçar-se. Isto foi assim quase um ano letivo, até que, de um dia para o outro, passou a levantar-se mais cedo, a arranjar-se mais rápido, a fazer o seu pequeno almoço e a estar pronta antes dos restantes. Perante a pergunta: -“Então filha já estás pronta?” a resposta surge: – “Sim, decidi que não quero arriscar a chegar atrasada.”

Não sei especificamente porque decidiu, sei que decidiu, nem tampouco se irá manter a sua decisão por muito tempo, sei que decidiu. E como vivo no presente, per si, isso já bastaria. Contudo, também reforcei a ideia de que ela pode, sabe e quer poder decidir. E “como fazemos uma coisa, fazemos todas as coisas”, esta é uma competência que desenvolveu “sozinha” e que pode ajudá-la em situações futuras, porque é um recurso que ela já percebeu que tem. Que é dela (não meu), desenvolvido por ela (não por mim), com um objetivo dela (não o meu) e por isso “resultou” tão bem – Super eficaz!

E sim, podia ter sido por causa das provas, mas como se mantém a decisão até agora, talvez não tenha sido. Seja o que for, motivou-a e o resultado mantém-na na decisão.

Eles são capazes de fazer muita coisa sozinhos. Eles têm muitos recursos, e nós podemos colocar os holofotes aí para que os identifiquem, permitindo-os experimentar (connosco a acompanhar). E afinal de contas queremos, ou não, ter filhos felizes?

 

Encontra mais vezes a felicidade na tua família! ♥

#beyounique

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