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Pertença

A (estimular a) Autonomia pela Pertença

“Autonomia da criança” foi o tema principal do último artigo. Primordialmente, falei sobre estimular os nossos filhos criando uma rotina “simples” e agindo com naturalidade perante a “adversidade” causada pela aprendizagem, neste artigo venho falar-te da autonomia pela pertença. A propósito, quando estás a aprender, a possibilidade de errares é tão forte quanto a de acertares. Aliás, “errar” ou “acertar” – têm ambas a mesma importância.

Proporcionar-lhes sentimento de Pertença para que possam sentir-se seguros e autónomos

Procuramos em nossa casa que as refeições proporcionem momentos de qualidade em família, de partilha. “Todos gostam de tudo”, ou seja, a mãe e o pai gostam de todos os alimentos e comem-nos naturalmente à sua frente.

Um dos meus gémeos desde sempre que rejeita salada (alface, tomate, pepino e afins), pura e simplesmente não quer(ia) comer… mas, nós fomos-lhe oferecendo, e colocando-lhe no prato. Assim que migraram das cadeiras da papa para a mesa, este meu filho passou a observar melhor o que os pais e a irmã comiam e passou a pedir que lhe colocassem também no prato salada (enumerando o que queria) e paralelamente diz(ia) que gosta(va) (mas, sem comer) e agora numa em cada cinco refeições come a salada. E acredito que daqui a uns tempos comece a comê-la. Antes de tudo, tenho essa intenção definida e espero (sem expectativas) que resulte, mas “enfiar-lhe” a salada pela “goela” está fora de questão. Na verdade, eu também não gostava que me fizessem isso e o mais provável seria que gostasse menos ainda da experiência. E tu?

A autonomia pela pertença inclui quer a atenção, quer a empatia, quer a partilha…

a hora de comer

Autonomia e Paz na Hora de ir Dormir

Quanto à hora de ir dormir procuro que não seja um “pesadelo”. Mas, a hora de dormir é, por norma, mais agitada… lavar os dentes – em que cada um lava os seus dentes (para que eles ganhem essa autonomia) e depois nós lavamos de novo (para que fiquem limpos) – depois vêm as sanitas, os potes, os pijamas, as brincadeiras entre os três e até agora temos andado a testar diferentes rotinas, mas tem sido um desafio.

Ao mesmo tempo, a agitação natural que se gera entre eles os três excita-os e nem a história antes de dormir, às vezes os acalma (e às vezes não resta tempo para a história). Com efeito, agora vou colocar no quarto deles uma luz mais baixa, fazer um curso de Yoga para crianças, adquirir mais conhecimentos na área de Mindfulness, e afins, para encontrar mais opções de bem-estar para todos. Persistir sem nunca desistir, para ser a mudança que quero ver à minha volta! 😀 Neste caso, de autonomia pela pertença.

dormir-tranquilamente

Por certo tenho, que quero criar mais momentos de partilha e de qualidade com os meus filhos, e que estes momentos surjam de forma pró-ativa, porque quando eu não dou atenção ao meu filho, quando não estou ali de corpo e alma, ele não se sente aceite, não se sente parte, não se sente importante, e muitas vezes migra para o “mau comportamento” e rebeldia… e depois demora “horas” para adormecer, não come, estraga coisas, geralmente para chamar a minha atenção (plena).

Por norma, não há queixa que eles façam que eu desvalorize. Se se queixam é porque querem, ou precisam de algo. Pode ser físico ou emocional. A minha postura natural é a de: – “Vamos lá ver de que precisa o miúdo ou a miúda”. E assim, sentem-se atendidos.

O estímulo que vem da oferta ou do castigo não os ajuda na autonomia

Às vezes os pais “caem” nas “teias” da oferenda, prenda ou do prémio, ou mesmo do castigo para procurarem estimular os miúdos a comer, ou a irem dormir, ou a irem ao WC, ou a arrumarem o seu quarto, ou a tirarem boas notas…

E, depois, quando não houver incentivo? Se não vier o normal incentivo? Ou, se não tiverem o medo a obrigá-los a fazer?

Não fazem…? Pois… Frustração para todos!

E depois quando forem crescidos e não houver incentivo para arrumarem a sua própria casa? A mesa do escritório… ou outra, numa situação da “vida real”?

Ou por seu lado, ninguém lhes impuser o medo a que estavam habituados para sentirem que têm que fazer as coisas?

Resposta possível: Frustração?

E tu, tens autonomia?

Neste artigo falei de filhos, de atenção, de lhes proporcionar autonomia… Na verdade, quanto mais novos são os filhos, mais atenção eles precisam. Contudo, há um aspeto que eu gostaria de levantar e que te é dirigido. Tu que és mãe ou pai, também precisas de tempo para ti, para te cuidares, para teres momentos de lazer com o teu companheiro/a, mas também com os teus amigos, familiares e colegas de trabalho.

tempo de descanso

E se, ao mesmo tempo, alguns destes momentos poderão ser vividos em conjunto com os teus filhos, outros deverão ser vividos só contigo. Só estarás bem e disponível para os outros se estiveres bem e disponível para ti. Nutre-te para poderes nutrir 🙂

 

Encontra mais vezes a felicidade em ti e na tua família! ♥

#beyounique

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