
Como (mostras que) Amas os teus filhos?
Quando me colocaram esta questão pela primeira vez pensei respondi mais ou menos assim: -“Eu brinco com eles no chão com carrinhos e bolas, rebolo e “lambo-os” em guerras de beijos; abraço-os; digo-lhes que os amo e faço coisas como cozinhar, dar-lhes banho, cuidar deles sempre que sinto que é necessário… ou seja, faço coisas do dia-a-dia de mãe cuidadora, com amor”. E depois de ser desafiada a ler o livro “As Cinco Linguagens do Amor” do teólogo Gary Chapman descobri que todas estas linguagens de amor existem e que ainda existe outra que eu “não identifiquei” como linguagem de amor: o dar presentes.
E, depois desta introdução, possivelmente surge a pergunta: – “Então tu não dás presentes aos teus filhos?” Claro que dou, não só os compro, como os faço. Recordo-me que durante o confinamento fiz ovos da Páscoa de chocolate, decorei-os e escrevi uma mensagem para cada um deles. Fiz isso com amor e faço-o com alguma regularidade, só que não estava a identificá-la como uma forma de demonstrar amor pelos pequenos (ninguém é perfeito :P). Talvez por ter a crença de que dar presentes não seria uma forma ecológica de dar amor…
Dar Presentes Também Pode Mostrar que os Amas
Há pais que usam esta linguagem de amor como a ÚNICA forma de dar amor aos filhos e dão-lhes tudo aquilo que não receberam em pequenos e se essa não for a primeira linguagem de (receber) amor dos filhos, os brinquedos e os presentes deixam de ter sentido e corre-se o risco de lhes transmitir um falso valor das coisas. Com a leitura do livro percebi que dar um presente acompanhado de um “amo-te” pode ser diferenciador, se de facto for importante para a criança, ou seja, se essa for a sua primeira linguagem de amor. Contudo, há que atender em que circunstâncias se oferece o presente – de facto, e pensando bem, isso daria outro artigo 😉
Voltando atrás, quando eu brinco com os meus filhos no chão estou-lhes a transmitir amor através da “qualidade de tempo” que partilhamos juntos; as vezes que os abraço e os beijo até perder as forças (são 3 filhos :D) transmito-lhes ainda por via do “toque físico”; quando digo que os amo recorro à linguagem do amor das “palavras de afirmação”; quando faço coisas como cozinhar e festas de anos “quitadas” uso a linguagem do amor das “formas de servir”.
A Linguagem de Amor Preferida
Cada um tem uma linguagem de amor preferida para dar e para receber amor, mas isso não significa que seja a única. Devemos fazer um “mix” das diferentes linguagens, privilegiando a preferida dos nossos filhos (e já agora dos nossos companheiros/as e das pessoas que amamos). Podemos, quando conscientes “priorizar” as diferentes linguagens. Eu por exemplo, gosto de receber amor do meu marido por “palavras de afirmação” – elogios e palavras de incentivo – e também valorizo muito as formas de servir, tais como, as tarefas domésticas por exemplo, pois sinto que o faz porque me ama e procura contribuir para a família e para mim por essa via.
Já com os meus filhos valorizo muito receber e dar amor por via do toque físico e pelas palavras de afirmação.
Em perspetiva, recorro a todas as cinco linguagens do amor (e fico muito feliz por isso), faltava-me a consciência de oferecer presentes. E quando olho para os meus três filhos percebo que os três têm diferentes linguagens preferenciais para receber amor:
- Um é pelo toque físico: abraços, beijos, festinhas, “ronhinhas” a ver televisão e quando acorda pela manhã;
- Outro, é pelas palavras de afirmação ao ponto de quando faz alguma coisa que ele acha que está bem feita me pedir: – “Mamã, grita!”, que é o mesmo que dizer “mãe, sê efusiva e incentiva-me!” 😀
- E outro dos meus filhos é claramente sensível ao tempo de qualidade e pede-me frequentemente que ouça as suas histórias, veja as suas teatrializações, brinque, passeie, veja os jogos que gosta, etc. E se isso não acontecer com regularidade, migra para a pouca colaboração…
O Mix de Linguagens de Amor
Noto ainda que há certas formas que eu tenho de demonstrar amor que fazem um “mix” de linguagens como as festas de anos deles. Porque as faço como se fosse um presente com personagens preferidas, bolo preferido, presentes escolhidos, festa para os familiares e festa com os amigos no sítio escolhido (quando têm idade, claro), etc. Enfim, cruzo aqui a linguagem de receber presentes com a linguagem das formas de servir.
O “segredo” passa por saber identificar as diferentes linguagens preferenciais, quer as nossas, quer as dos nossos filhos (e das pessoas que amamos); colocando a nossa atenção e intenção nisso para posteriormente entrarmos em ação recorrendo a esta “ferramenta” regularmente, e não negligenciando nenhuma das linguagens existentes. Todas elas têm o seu espaço e a sua importância.
E então, qual é a tua linguagem de amor preferida para dar e receber? E a daqueles que amas?
Encontra mais vezes a felicidade em ti e na tua família! ♥
#beyounique
-♥-